Respostas curta:
1 O Papa é infalível quando ensina ex cathedra em questões de fé e moral.
2 O Papa é infalível em dogmas de fé e moral apenas quando fala ex cathedra para toda a Igreja.
Resposta avançada:
1


A autoridade do Papa, como líder supremo da Igreja Católica, está fundamentada tanto nas Escrituras quanto na Tradição da Igreja. O conceito de infalibilidade papal, conforme ensinado no Catecismo da Igreja Católica (CIC 891), afirma que o Papa é infalível ao proclamar doutrinas de fé e moral “ex cathedra”, ou seja, quando fala em sua capacidade oficial de Pastor supremo da Igreja. Essa infalibilidade é um dom do Espírito Santo que garante que o Papa, em questões essenciais à salvação, não erre. Desde a definição do dogma da infalibilidade em 1870, no Concílio Vaticano I, a infalibilidade "ex cathedra" foi exercida oficialmente duas vezes: em 1854, com a definição do dogma da Imaculada Conceição de Maria, e em 1950, com a definição do dogma da Assunção de Maria.


A base bíblica para essa autoridade remonta ao Evangelho de Mateus (Mt 16,18), onde Jesus declara a Pedro: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja". Essa passagem destaca o papel singular de Pedro como fundamento da Igreja. Em João 21,15-17, Jesus confia a Pedro a missão de apascentar suas ovelhas, confirmando sua liderança sobre a comunidade cristã.


No Concílio de Jerusalém (Atos 15,7-11), Pedro exerce essa liderança ao decidir que a circuncisão não era necessária para a salvação, mostrando sua autoridade no ensino da fé. A autoridade do Papa é também apoiada pela Tradição, como nos escritos de Santo Inácio de Antioquia, que se refere à Igreja de Roma como aquela que "preside ao amor", e Santo Irineu de Lyon, que afirma que, devido à sua "origem mais excelente," é necessário que "toda a Igreja, isto é, os fiéis de todos os lugares," concorde com a Igreja de Roma, porque nela "sempre foi conservada a tradição que vem dos apóstolos."


Assim, a autoridade do Papa em questões de fé e moral, e seu papel central na Igreja, é tanto bíblica quanto tradicionalmente fundamentada, reforçada pelo testemunho da Igreja primitiva e pelo exercício contínuo dessa autoridade ao longo dos séculos.

Referências
  • CIC 891

  • Mt 16,18

  • Jo 21,15-17

  • Jo 14,26

  • Mt 28,20

  • Tm 3,15

  • Jo 16,13

  • At 15,7-11

  • Inácio de Antioquia. Inácio aos Romanos. Em: Padres Apostólicos: Clemente Romano, Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna, O Pastor de Hermas, Carta de Barnabé, Pápias, Didaqué. Trad. de Ivo Storniolo, Euclides M. Balancin. São Paulo: Paulus, 1995. 10° Reimpressão: 2021. p. 103.

  • IRINEU DE LYON. Contra as Heresias. Em: IRINEU DE LYON: Contra as Heresias – Livro III Doutrina Cristã. Trad. de Lourenço Costa. 1. ed. São Paulo: Paulus, 1995. 7° Reimpressão: 2021. p. 249-251.

Nota de Submissão à Igreja Católica
As respostas e informações disponibilizadas neste site têm como objetivo responder dúvidas, perguntas, temas e questionamentos relacionados à fé católica. Estas respostas podem ser fornecidas tanto por nossa equipe quanto por outros usuários autorizados a contribuir com conteúdo na plataforma.

Embora todos os esforços sejam feitos para garantir a precisão e a conformidade com os ensinamentos da Igreja Católica, reconhecemos que podem ocorrer erros na interpretação ou na apresentação das informações. Se você identificar qualquer resposta ou conteúdo que esteja em desacordo com os ensinamentos oficiais da Igreja, pedimos gentilmente que nos informe. Estamos comprometidos em revisar e corrigir prontamente qualquer erro que seja identificado.
Entendemos que a fidelidade à doutrina da Igreja é fundamental, e por isso, valorizamos a colaboração dos usuários para manter a integridade do conteúdo apresentado.
Agradecemos pela compreensão e pelo compromisso com a fé católica.