Respostas curta:
1 Sim, Os católicos acreditam no purgatório. Mateus 12 fala sobre perdão de pecados em uma vida futura, implicando o purgatório.
2 Sim, 1 Coríntios 3 refere-se à salvação "pelo fogo", uma metáfora para o purgatório.
3 No Catecismo, o purgatório é necessário para a plena comunhão com Deus.
Resposta avançada:
1

Os católicos acreditam no purgatório:


A crença católica no purgatório é uma maneira de entender o cuidado de Deus pelas almas que, ao morrerem, estão em sua graça, mas ainda precisam de purificação para estarem completamente prontas para entrar no Céu.


O purgatório é verdade de fé (dogma) proclamado oficialmente no concílio de Florença (1439) e reafirmado no concílio de Trento (1545-1563), mas que a igreja Católica professa desde os seus primórdios, confirmado pela Tradição, pelas Escrituras e pelo Magistério da Igreja, Em todas as formas de Orações Eucarísticas nas Santas Missas, encontra-se o momento de orações pelos defuntos, onde a igreja oferece pelas almas, o sacrifício de Cristo.


É importante lembrar que essas orações, só tem efeito para as almas que estão no purgatório, pois as que estão na glória do Céu, não precisam de orações, pois já comtemplam a Deus e as que estão no inferno, já foram condenadas. Em todo caso, se por exemplo, alguém reza por uma alma que já se encontra no Céu, suas preces beneficiarão quem ainda precise delas.


Na Bíblia, vemos vários exemplos que apontam para essa ideia. Um deles está em 2 Macabeus 12,38-46, onde Judas Macabeu manda oferecer orações e sacrifícios pelos mortos, acreditando que isso poderia ajudá-los. Isso sugere que, mesmo após a morte, as almas podem passar por um processo de purificação, e as orações dos vivos podem ser de grande valor para elas.


Jesus também fala de uma espécie de purificação em Mateus 5,26, ao dizer: "De maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil." Isso nos leva a pensar que, antes de estar totalmente com Deus, pode haver uma espécie de "ajuste de contas", um tempo de purificação.


Em Mateus 12,32, Jesus menciona que alguns pecados podem ser perdoados "neste mundo ou no porvir", sugerindo que, após a morte, ainda há a possibilidade de purificação para algumas almas.


São Paulo também faz uma referência a isso em 1 Coríntios 3,11-15, quando diz que as obras de cada pessoa serão testadas pelo fogo, e aqueles cujas obras não forem boas sofrerão perda, mas ainda serão salvos "como que através do fogo". Esse fogo é entendido como uma purificação necessária.


Outro ponto importante está em 1 Pedro 1,6-7, que compara nossa fé ao ouro sendo purificado no fogo. Isso reforça a ideia de que, mesmo após a morte, podemos passar por uma fase de refinamento e purificação antes de estarmos prontos para a plenitude do Céu.


Por fim, Apocalipse 21,27 diz que "nada impuro entrará no Céu", o que nos lembra que, para estar na presença de Deus, precisamos estar completamente purificados.


O Catecismo da Igreja Católica explica que o purgatório é esse estado de purificação para as almas que morreram em amizade com Deus, mas que ainda precisam de uma última purificação antes de entrar no Céu (CIC 1030). E, conforme o Catecismo ensina, as orações dos vivos podem ajudar essas almas a se purificarem mais rapidamente (CIC 1032).


Portanto, o purgatório não é um castigo, mas uma demonstração do amor e da misericórdia de Deus, que oferece uma oportunidade de purificação final. É um caminho de preparação para que todos possam alcançar a santidade plena e estar com Deus eternamente no Céu.

Referências
  • Oração pelos mortos sugere purificação após a morte: 2 Macabeus 12,38-46

  • Necessidade de "pagar o último ceitil" antes de sair: Mateus 5,26

  • Perdão de pecados no "mundo futuro": Mateus 12,32

  • Salvação "pelo fogo" após obras serem testadas: 1 Coríntios 3,11-15

  • Oração dos vivos pelos mortos, indicando possibilidade de ajuda: 1 Coríntios 15,29

  • Purificação e expiação necessárias mesmo após a morte: 1 Pedro 1,6-7

  • "Nada impuro entrará no céu", implicando purificação: Apocalipse 21,27

  • CIC 958, 1030, 1031, 1032 e 1472

  • AQUINO, Felipe. O Purgatório: O que a Igreja Ensina. 10. ed. Lorena: Editora Cléofas, 2019.

Nota de Submissão à Igreja Católica
As respostas e informações disponibilizadas neste site têm como objetivo responder dúvidas, perguntas, temas e questionamentos relacionados à fé católica. Estas respostas podem ser fornecidas tanto por nossa equipe quanto por outros usuários autorizados a contribuir com conteúdo na plataforma.

Embora todos os esforços sejam feitos para garantir a precisão e a conformidade com os ensinamentos da Igreja Católica, reconhecemos que podem ocorrer erros na interpretação ou na apresentação das informações. Se você identificar qualquer resposta ou conteúdo que esteja em desacordo com os ensinamentos oficiais da Igreja, pedimos gentilmente que nos informe. Estamos comprometidos em revisar e corrigir prontamente qualquer erro que seja identificado.
Entendemos que a fidelidade à doutrina da Igreja é fundamental, e por isso, valorizamos a colaboração dos usuários para manter a integridade do conteúdo apresentado.
Agradecemos pela compreensão e pelo compromisso com a fé católica.