A Epístola de Inácio aos Tralianos
Patrística Tradicionalmente datada por volta dos anos 107 a 110 d.C Grego Koiné

A Epístola de Inácio aos Tralianos

Carta de Santo Inácio de Antioquia aos Tralianos: defesa da fé contra heresias, exortação à unidade, obediência ao bispo e fidelidade à paixão de Cristo.

Conteúdo da Obra

Saudação

Inácio, também chamado Teóforo, à santa Igreja que está em Trales, na Ásia, amada por Deus, o Pai de Jesus Cristo, eleita e digna de Deus, que possui a paz por meio da carne, do sangue e da paixão de Jesus Cristo, nossa esperança, pela ressurreição para Ele; a qual saúdo em sua plenitude e no caráter apostólico, desejando abundância de felicidade.

Capítulo 1 — Reconhecimento da vossa excelência

Sei que possuís uma mente irrepreensível e sincera na paciência, e isso não apenas como prática presente, mas como disposição interior, como me mostrou Políbio, vosso bispo, que veio a Esmirna pela vontade de Deus e de Jesus Cristo. Ele compartilhou da alegria que eu, preso em Cristo Jesus, possuo, de tal modo que nele contemplei toda a vossa assembleia. Tendo, portanto, recebido por meio dele o testemunho da vossa boa vontade, segundo Deus, gloriei-me de vos achar, como já sabia, seguidores de Deus.

Capítulo 2 — Sede submissos ao bispo

Pois, já que estais sujeitos ao bispo como a Jesus Cristo, pareceis-me viver não segundo os homens, mas segundo Jesus Cristo, que morreu por nós, a fim de que, crendo em Sua morte, escapeis da morte. É necessário, portanto, que — como de fato já fazeis — nada façais sem o bispo, mas também estejais sujeitos ao presbitério, como aos apóstolos de Jesus Cristo, nossa esperança, no qual, se vivermos, seremos encontrados. Convém também que os diáconos, como ministros dos mistérios de Jesus Cristo, sejam em tudo agradáveis a todos. Pois não são ministros de comida e bebida, mas servos da Igreja de Deus. Devem, portanto, evitar toda ocasião de acusação contra si, como evitariam o fogo.

Capítulo 3 — Honrai os diáconos e o clero

Do mesmo modo, que todos reverenciem os diáconos como instituição de Jesus Cristo, e o bispo como Jesus Cristo, Filho do Pai, e os presbíteros como o sinédrio de Deus e colégio dos apóstolos. Fora destes, não há Igreja. Acerca de tudo isso, estou persuadido de que pensais o mesmo. Pois recebi a manifestação do vosso amor, e ainda a tenho comigo, em vosso bispo, cuja própria presença é altamente instrutiva, e cuja mansidão é, por si só, uma força; a quem até imagino que os ímpios reverenciam, vendo também que me agrada não poupar a mim mesmo. Mas, poderei eu, tendo a permissão de escrever-vos sobre isso, chegar a tal ponto de presunção, que, sendo um condenado, devesse ordenar-vos como se fosse um apóstolo?

Capítulo 4 — Necessidade de humildade

Tenho grande conhecimento em Deus, mas contenho-me, para não perecer por vanglória. Pois é necessário que agora eu tema ainda mais, e não dê ouvidos aos que me enaltecem. Aqueles que me louvam me açoitam. Desejo, sim, sofrer, mas não sei se sou digno disso. Este anseio, ainda que não seja manifesto a muitos, mais intensamente me assalta. Necessito, portanto, da mansidão, pela qual o príncipe deste mundo é aniquilado.

Capítulo 5 — Não vos ensino doutrinas elevadas

Não sou capaz de escrever-vos acerca das coisas celestes. E temo fazê-lo, para não vos causar dano, sendo ainda crianças em Cristo. Perdoai-me, pois, nesse ponto, para que não suceda que, não podendo suportar, sejais sufocados por tais ensinamentos. Pois, embora esteja preso por Cristo, não sou por isso capaz de compreender as coisas celestiais, nem as ordens dos anjos, nem suas assembleias sob os respectivos príncipes, as coisas visíveis e invisíveis. Sem me referir a tais mistérios profundos, continuo ainda aprendiz; pois muitas coisas nos faltam para que não fiquemos aquém de Deus.

Capítulo 6 — Abstende-vos do veneno dos hereges

Rogo-vos, porém — não eu, mas o amor de Jesus Cristo — que vos alimenteis apenas do que é cristão, e vos abstenhais das ervas estranhas, isto é, da heresia. Pois alguns misturam Jesus Cristo com o seu próprio veneno, falando coisas indignas de crédito, como aqueles que administram uma droga mortal em vinho doce: aquele que ignora, bebe avidamente, com prazer fatal, para a sua própria perdição.

Capítulo 7 — Advertência continuada

Guardai-vos, portanto, de tais pessoas. E isso acontecerá convosco se não vos ensoberbecerdes, mas permanecerdes em íntima união com Jesus Cristo, nosso Deus, com o bispo e com as ordenanças dos apóstolos. Quem está dentro do altar é puro; mas quem está fora não é puro: isto é, quem faz alguma coisa à parte do bispo, do presbitério e dos diáconos, tal homem não é puro em sua consciência.

Capítulo 8 — Cuidado com as ciladas do diabo

Não que eu saiba haver entre vós algo desse tipo; mas vos previno, porque vos amo grandemente e prevejo as ciladas do diabo. Revesti-vos, portanto, de mansidão; renovai-vos na fé, que é a carne do Senhor, e no amor, que é o sangue de Jesus Cristo. Que nenhum de vós guarde rancor contra o próximo. Não deis ocasião aos gentios, para que, por meio de alguns poucos insensatos, seja difamado todo o número dos que creem em Deus. Pois: “Ai daquele por cuja vaidade o meu nome é blasfemado entre os gentios.”

Capítulo 9 — Referência à história de Cristo

Fechai, portanto, os vossos ouvidos, quando alguém vos falar em desacordo com Jesus Cristo, que é da linhagem de Davi e também de Maria; que nasceu verdadeiramente, comeu e bebeu; foi verdadeiramente perseguido sob Pôncio Pilatos, foi verdadeiramente crucificado e morreu, à vista dos seres celestes, terrestres e infernais. Também ressuscitou verdadeiramente dentre os mortos, sendo vivificado por Seu Pai; assim também, do mesmo modo, o Pai ressuscitará a nós que n’Ele cremos, por Jesus Cristo, fora de quem não temos a verdadeira vida.

Capítulo 10 — A realidade da paixão de Cristo

Mas, se — como dizem alguns sem Deus, isto é, os incrédulos — Ele apenas pareceu sofrer (quando eles mesmos apenas parecem existir), então, por que estou em cadeias? Por que desejo ser exposto às feras? Morrerei, então, em vão? Não serei, assim, achado falso contra a cruz do Senhor?

Capítulo 11 — Evitai os erros mortais dos docetas

Fugi, portanto, desses brotos malignos [de Satanás], que produzem frutos portadores de morte; quem deles provar, imediatamente morre. Pois esses homens não são plantações do Pai. Se o fossem, apareceriam como ramos da cruz, e seu fruto seria incorruptível. Por meio dela, Ele vos chama, pela Sua paixão, como sendo membros Seus. A cabeça, portanto, não pode nascer sozinha, sem os seus membros; pois o próprio Deus, que é o Salvador, prometeu esta união.

Capítulo 12 — Permanecei na unidade e no amor

Saúdo-vos desde Esmirna, juntamente com as Igrejas de Deus que estão comigo, que me reanimaram em todas as coisas, tanto na carne como no espírito. Minhas cadeias, que trago por causa de Jesus Cristo (orando para que eu alcance a Deus), vos exortam. Permanecei em harmonia entre vós e em oração uns com os outros; pois convém a cada um de vós, e especialmente aos presbíteros, confortar o bispo, para a glória do Pai, de Jesus Cristo e dos apóstolos. Peço-vos em amor que me escuteis, para que não aconteça que, escrevendo-vos, eu seja testemunha contra vós. E orai também por mim, que necessito do vosso amor e da misericórdia de Deus, para que eu seja achado digno da sorte para a qual sou destinado, e não seja considerado réprobo.

Capítulo 13 — Conclusão

O amor dos esmirnenses e dos efésios vos saúda. Lembrai-vos, em vossas orações, da Igreja que está na Síria, da qual nem digno sou de receber o nome, sendo o último dentre eles. Permanecei bem em Jesus Cristo, enquanto vos sujeitais ao bispo, como ao mandamento de Deus, e do mesmo modo ao presbitério. E vós todos, amai-vos uns aos outros com coração indiviso. Que o meu espírito seja santificado pelo vosso, não só agora, mas também quando eu tiver alcançado a Deus. Pois ainda estou exposto ao perigo. Mas o Pai é fiel, em Jesus Cristo, para cumprir tanto as minhas como as vossas súplicas; n’Ele sejais encontrados irrepreensíveis.

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Conteúdo não revisado

Fonte

Tradução automática para o português, realizada com auxílio de ferramentas de tradução e inteligência artificial, baseada em Ante-Nicene Fathers, Vol. I, traduzido por Alexander Roberts, D.D., e James Donaldson, LL.D., com revisão e organização de A. Cleveland Coxe, D.D. (New York: Christian Literature Publishing Co., 1885). Publicado por Kelvin Mariano para o projeto Medalius.

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