Patrística 130 - 200 d.C.

Epístola a Diogneto

Por: Discípulo/Mathetes (Church_father)
A Epístola de Mathetes a Diogneto é um escrito cristão do século II que apresenta a fé, a vida e os costumes dos cristãos. Destaca a diferença do cristão no mundo, a manifestação de Cristo e o chamado à verdadeira vida em Deus.

Conteúdo da Obra

Capítulo 1 — Ocasião da Epístola

Vendo-te, excelentíssimo Diogneto, com grande desejo de aprender o modo de adorar a Deus seguido entre os cristãos, e perguntando com cuidado e zelo sobre eles — em que Deus confiam, qual forma de religião observam, a ponto de desprezar o mundo e não temer a morte, sem considerar como deuses aqueles que os gregos veneram, nem aderir à superstição dos judeus; qual afeto nutrem entre si; e por que, afinal, esta nova prática de piedade apenas agora entrou no mundo e não há muito tempo — acolho cordialmente esse teu desejo e imploro a Deus, que nos dá a ambos o poder de falar e ouvir, que me conceda falar de modo que, sobretudo, eu saiba que foste edificado, e a ti ouvir de tal modo que eu, ao falar, não tenha motivo de pesar por fazê-lo.

Capítulo 2 — A Vaidade dos Ídolos

Vem, então, depois de te libertares de todo preconceito que ocupa tua mente, pondo de lado o que te acostumaste a seguir como algo enganador; e, sendo feito como um novo homem desde o princípio, já que, por tua própria confissão, ouves uma nova doutrina, contempla não apenas com os olhos, mas com o entendimento, a substância e a forma daqueles que declaras e julgas deuses.

Não é um deles pedra, semelhante à que pisamos? Não é outro bronze, em nada superior aos vasos de uso comum? Não é outro madeira, já apodrecida? Não é outro prata, que precisa de guardas para não ser roubado? Não é outro ferro, consumido pela ferrugem? Não é outro barro, não mais valioso que o feito para os usos mais humildes?

Não são todos corruptíveis? Não são fabricados com ferro e fogo? Não os modelou o escultor, o ferreiro, o ourives ou o oleiro? E cada um deles, antes de receber forma pelas artes desses homens, não era sujeito à mudança em sua própria natureza? Os mesmos materiais que hoje servem para vasos úteis não poderiam, ao passar pelas mãos dos artesãos, tornar-se também “deuses” como esses que venerais?

Não são todos surdos? Não são cegos? Não têm vida? Não têm sensibilidade? Não têm movimento? Não estão sujeitos à decomposição? Não são corruptíveis?

Essas coisas chamais de deuses; a essas servis; a essas adorais; e vos tornais semelhantes a elas. Por isso odiais os cristãos: porque não consideram tais coisas como deuses.

Mas não sois vós mesmos, que pensais assim, os que mais as desprezam? Pois adorais imagens de pedra e barro sem guardas; mas as de prata e ouro encerram sob vigilância noturna e lhes dais guardas durante o dia, para que não sejam roubadas.

E com os dons que pretendeis oferecer a tais deuses, não os puneis em vez de honrá-los, se é que têm algum sentido? Mas se não têm, então vós mesmos os condenais, adorando-os com sangue e fumaça de sacrifícios.

Aceitaria algum de vós tais indignidades? Suportaria alguém isso para si mesmo? Nenhum homem o faria, a não ser coagido, pois tem razão e senso. Uma pedra, porém, suporta sem protesto, pois é insensível.

Certamente não mostrais, por essa conduta, que aquilo que venerais possui senso. E quanto ao fato de os cristãos não adorarem tais deuses, poderia facilmente dizer ainda muitas coisas; mas se o que já disse não parece suficiente, julgo inútil acrescentar mais.

Capítulo 3 — As Superstições dos Judeus

Imagino que queiras muito ouvir também sobre este ponto: que os cristãos não observam as mesmas formas de culto divino que os judeus.

Os judeus, se se abstêm do tipo de culto descrito acima e julgam correto adorar um só Deus como Senhor de todas as coisas, [estão certos]. Mas, se O adoram da forma que descrevemos, erram gravemente.

Pois, enquanto os gentios, ao oferecer tais coisas a seres destituídos de senso e audição, dão exemplo de loucura, eles, ao pensarem que oferecem isso a Deus como se Ele tivesse necessidade, cometem antes um ato de tolice do que de culto verdadeiro.

Aquele que fez o céu e a terra e tudo o que neles há, e que nos dá todas as coisas de que necessitamos, certamente não precisa daquilo que Ele mesmo concede àqueles que pensam em Lhe oferecer.

Mas os que imaginam que, por meio de sangue, fumaça de sacrifícios e holocaustos, prestam sacrifícios a Ele, e que, com tais honras, demonstram respeito, esses, ao supor que podem dar algo a quem de nada necessita, em nada diferem dos que conferem tais honras a coisas insensíveis, incapazes de receber tais oferendas.

Capítulo 4 — As Outras Observâncias dos Judeus

Quanto ao seu escrúpulo acerca dos alimentos, à sua superstição em relação aos sábados, à sua vanglória pela circuncisão e às suas fantasias sobre jejuns e luas novas — coisas ridículas e indignas de atenção — não creio que precises aprender algo de mim.

Aceitar como boas certas coisas criadas por Deus para o uso dos homens e rejeitar outras como inúteis e supérfluas — como isso poderia ser lícito?

E mentir acerca de Deus, como se Ele proibisse fazer o bem aos sábados — como não seria isso ímpio?

E gloriar-se na circuncisão da carne como prova de eleição, e como se, por causa dela, fossem especialmente amados por Deus — não é isso motivo de riso?

E ainda observar meses e dias, como se servissem às estrelas e à lua, e distribuírem, segundo sua inclinação, as disposições de Deus e as mudanças das estações, umas para festas e outras para luto — quem consideraria isso parte do culto divino, e não, antes, manifestação de loucura?

Creio, então, que estás suficientemente convencido de que os cristãos com razão se abstêm tanto da vaidade e do erro comuns [a judeus e gentios], como da agitação e da vanglória dos judeus. Mas não esperes aprender de algum mortal o mistério do modo peculiar como adoram a Deus.

Capítulo 5 — Os Costumes dos Cristãos

Os cristãos não se distinguem dos outros homens nem por país, nem por língua, nem pelos costumes. Não habitam cidades próprias, nem usam forma peculiar de fala, nem levam vida marcada por singularidade.

A conduta que seguem não é fruto de especulações humanas, nem se proclamam defensores de doutrinas meramente humanas.

Mas, vivendo em cidades gregas e bárbaras, conforme o destino de cada um, e seguindo os costumes locais quanto a vestes, comida e outras coisas da vida ordinária, mostram-nos, contudo, um modo de vida admirável e verdadeiramente extraordinário.

Habitem sua pátria, mas como estrangeiros. Como cidadãos, participam de tudo, mas suportam tudo como forasteiros. Toda terra estranha é pátria para eles, e toda pátria é terra estrangeira.

Casam-se como todos, geram filhos, mas não matam a sua descendência. Têm mesa comum, mas não leito comum.

Estão na carne, mas não vivem segundo a carne. Passam seus dias na terra, mas são cidadãos do céu. Obedecem às leis prescritas, mas superam as leis por sua vida.

Amam a todos, e por todos são perseguidos. São desconhecidos e condenados; mortos, e ainda assim vivem. São pobres, mas enriquecem a muitos. Carecem de tudo, e abundam em tudo.

São desonrados, mas em sua desonra são glorificados. São malfalados, e são justificados. São ultrajados, e abençoam. São insultados, e retribuem com honra. Fazem o bem, e são castigados como malfeitores.

Quando punidos, alegram-se como se recebessem vida. São atacados pelos judeus como estrangeiros e perseguidos pelos gregos; e, contudo, os que os odeiam não conseguem apontar razão para tal ódio.

Capítulo 6 — A Relação dos Cristãos com o Mundo

Resumindo numa só palavra: o que a alma é no corpo, isso são os cristãos no mundo.

A alma está espalhada por todos os membros do corpo, e os cristãos estão dispersos por todas as cidades do mundo.

A alma habita no corpo, mas não é do corpo; e os cristãos habitam no mundo, mas não são do mundo.

A alma invisível é guardada pelo corpo visível, e os cristãos, embora conhecidos por estarem no mundo, têm sua piedade invisível.

A carne odeia a alma e combate contra ela, embora não receba dano, apenas porque a impede de gozar prazeres. Assim também o mundo odeia os cristãos, sem ser prejudicado, apenas porque eles renunciam aos prazeres.

A alma ama a carne que a odeia, e ama também os membros; assim também os cristãos amam os que os odeiam.

A alma está presa no corpo, mas preserva o próprio corpo; e os cristãos, como que encerrados no mundo, o conservam.

A alma imortal habita em tenda mortal; e os cristãos, como estrangeiros em corpos corruptíveis, aguardam a habitação incorruptível nos céus.

A alma, quando mal provida de alimento e bebida, torna-se melhor; assim também os cristãos, ainda que castigados cada dia, multiplicam-se ainda mais.

Deus lhes designou esta posição ilustre, da qual não lhes é lícito afastar-se.

Capítulo 7 — A Manifestação de Cristo

Pois, como já disse, não foi uma invenção terrena o que lhes foi transmitido, nem um simples sistema humano de opiniões, que eles julgam correto guardar com tanto cuidado; nem lhes foi confiada uma administração de mistérios meramente humanos, mas o próprio Deus, todo-poderoso, Criador de todas as coisas e invisível, enviou do céu entre os homens a Verdade, o santo e incompreensível Verbo, e o estabeleceu firmemente em seus corações.

Ele não enviou, como alguém poderia supor, um servo, ou anjo, ou governante, ou algum dos que exercem domínio sobre as coisas terrenas, ou um daqueles a quem foi confiado o governo das coisas celestes. Enviou o próprio Criador e Formador de todas as coisas — por meio de quem fez os céus, por meio de quem limitou o mar dentro de suas fronteiras, cujas leis todas as estrelas obedecem fielmente; de quem o sol recebeu a medida de sua carreira diária; a quem a lua obedece, ordenada a iluminar a noite; e as estrelas também obedecem, seguindo a lua em seu curso.

Por Ele todas as coisas foram ordenadas e dispostas em seus limites, e a Ele tudo se submete: os céus e o que neles há, a terra e o que nela há, o mar e o que nele há, o fogo, o ar e o abismo, as coisas do alto, as do profundo e as intermediárias.

Foi este que Ele enviou. Teria sido, então, como se poderia imaginar, para exercer tirania ou inspirar medo e terror? De modo algum, mas movido por clemência e mansidão.

Assim como um rei envia seu filho, que também é rei, assim Ele o enviou; como Deus, o enviou; como aos homens, o enviou; como Salvador, o enviou, buscando persuadir e não compelir — pois a violência não se harmoniza com a natureza de Deus.

Como quem chama, o enviou; não como quem persegue vingativamente. Como quem ama, o enviou; não como quem julga.

Pois Ele ainda o enviará como juiz — e quem poderá suportar sua vinda?

Não vês os cristãos expostos às feras, para serem forçados a negar o Senhor, e não se deixam vencer? Não vês que, quanto mais são punidos, maior cresce o número dos demais?

Isso não parece obra de homem: é o poder de Deus; eis as provas de sua manifestação.

Capítulo 8 — O Estado Miserável dos Homens Antes da Vinda do Verbo

Pois, quem dentre os homens compreendeu, antes da sua vinda, o que é Deus?

Aceitarás, acaso, as doutrinas vãs e tolas daqueles tidos como filósofos? Uns diziam que o fogo era Deus, chamando de deus aquilo que, em breve, consumiria a si mesmos. Outros diziam que era a água; outros, algum outro dos elementos criados por Deus.

Mas, se alguma dessas teorias merecesse aprovação, tudo o mais que foi criado poderia também ser declarado deus.

Tais afirmações não passam de palavras enganosas de impostores. Nenhum homem jamais viu a Deus ou o fez conhecido; mas Ele mesmo se revelou. E revelou-se pela fé, à qual somente é dado contemplar a Deus.

Pois Deus, Senhor e Formador de todas as coisas, que as criou e lhes designou seus lugares, mostrou-se não apenas amigo dos homens, mas também longânimo em seu trato com eles.

Sim, sempre foi assim, e ainda é, e sempre será: bondoso e bom, livre de ira, verdadeiro, o único que é absolutamente bom.

E em seu conselho formou um desígnio grande e inefável, que comunicou somente a seu Filho.

Enquanto manteve e guardou em segredo esse conselho sábio, parecia descuidar-se de nós e não ter cuidado algum conosco.

Mas depois de revelá-lo e manifestar, por meio de seu Filho amado, as coisas preparadas desde o princípio, Ele concedeu de uma só vez toda bênção sobre nós, para que participássemos de seus benefícios, e para que víssemos e agíssemos em seu serviço.

Quem de nós poderia esperar tais coisas? Ele conhecia tudo em sua mente, juntamente com o Filho, segundo a relação que entre ambos existe.

Capítulo 9 — Por que o Filho foi enviado tão tarde

Enquanto durou o tempo anterior, Ele permitiu que fôssemos levados por impulsos desordenados, arrastados pelo desejo do prazer e por várias paixões.

Não que Ele tivesse prazer em nossos pecados, mas porque simplesmente os suportava; nem porque aprovasse aquele tempo de prática da iniquidade, mas porque buscava formar em nós uma mente consciente da justiça. Assim, estando convencidos naquele tempo de nossa indignidade em alcançar a vida por nossas próprias obras, ela nos fosse agora concedida pela bondade de Deus; e, tendo ficado manifesto que em nós mesmos éramos incapazes de entrar no Reino de Deus, fôssemos tornados capazes pelo poder de Deus.

Mas quando nossa maldade atingiu o auge, e ficou claramente mostrado que sua recompensa — o castigo e a morte — estava iminente sobre nós; e quando chegou o tempo que Deus havia antes determinado para manifestar sua bondade e poder, o amor único de Deus, por extremo cuidado pelos homens, não nos olhou com ódio, nem nos rejeitou, nem guardou contra nós nossa iniquidade, mas mostrou grande paciência e suportou-nos.

Ele mesmo tomou sobre Si o peso de nossas iniquidades. Ele entregou Seu próprio Filho como resgate por nós: o Santo pelos transgressores, o Inocente pelos maus, o Justo pelos injustos, o Incorruptível pelos corruptíveis, o Imortal pelos mortais.

Pois que outra coisa poderia cobrir nossos pecados senão a Sua justiça? Por meio de quem mais poderia ser possível que nós, ímpios e sem piedade, fôssemos justificados, senão pelo Filho unigênito de Deus?

Ó doce troca! Ó obra insondável! Ó benefícios que ultrapassam toda expectativa! Que a maldade de muitos fosse ocultada em Um só Justo, e que a justiça de Um só justificasse muitos transgressores!

Assim, tendo nos convencido, no tempo anterior, de que nossa natureza era incapaz de alcançar a vida, e tendo agora revelado o Salvador que é capaz de salvar até aquilo que antes era impossível salvar, por ambos os fatos Ele quis conduzir-nos a confiar em Sua bondade, a reconhecê-Lo como nosso Sustentador, Pai, Mestre, Conselheiro, Médico, nossa Sabedoria, Luz, Honra, Glória, Força e Vida, de modo que não nos preocupemos com alimento ou vestimenta.

Capítulo 10 — As bênçãos que brotarão da fé

Se tu também desejas possuir essa fé, igualmente receberás, antes de tudo, o conhecimento do Pai.

Pois Deus amou a humanidade, por causa da qual fez o mundo, à qual submeteu todas as coisas que nele existem, à qual deu razão e entendimento, à qual somente concedeu o privilégio de olhar para o alto, para Si mesmo, à qual formou segundo a sua própria imagem, à qual enviou Seu Filho unigênito, à qual prometeu um Reino nos céus e o concederá àqueles que O tiverem amado.

E quando tiveres alcançado esse conhecimento, com quanta alegria, pensas tu, ficarás cheio? E como amarás Aquele que primeiro assim te amou?

E se O amares, serás um imitador de Sua bondade. E não te admires de que um homem possa tornar-se imitador de Deus. Ele pode, se assim o quiser. Pois não é dominando seus vizinhos, nem buscando supremacia sobre os mais fracos, nem sendo rico e violentando os inferiores, que se encontra a felicidade; nem por meio dessas coisas alguém pode tornar-se imitador de Deus.

Essas coisas em nada constituem Sua majestade. Pelo contrário, aquele que toma sobre si o fardo do próximo; aquele que, em qualquer aspecto em que seja superior, está pronto para beneficiar o que é carente; aquele que, em tudo o que recebeu de Deus, distribui aos necessitados e se torna como um deus para os que recebem seus benefícios — este é imitador de Deus.

Então verás, ainda estando na terra, que Deus, nos céus, governa o universo. Então começarás a falar dos mistérios de Deus; então amarás e admirarás aqueles que sofrem punição porque não negam a Deus; então condenarás o engano e o erro do mundo, quando souberes o que significa viver verdadeiramente no céu; quando desprezares aquilo que aqui é considerado morte; quando temeres aquilo que é realmente morte, reservado para os que serão condenados ao fogo eterno, o qual atormentará até o fim os que a ele forem entregues.

Então admirarás aqueles que, por amor à justiça, suportam o fogo que dura apenas um momento, e os considerarás felizes, quando souberes a natureza daquele fogo.

Capítulo 11 — Essas coisas são dignas de serem conhecidas e cridas

Não falo de coisas estranhas para mim, nem busco algo contrário à reta razão; mas, tendo sido discípulo dos Apóstolos, tornei-me mestre dos gentios. Transmito as coisas que recebi àqueles que são discípulos dignos da verdade.

Pois quem, tendo sido corretamente instruído e gerado pela Palavra amorosa, não buscaria aprender com precisão aquilo que a Palavra mostrou claramente a seus discípulos? A eles, quando se manifestou, revelou tais coisas, falando-lhes abertamente; coisas que os incrédulos não entenderam, mas que foram ditas aos discípulos, os quais, sendo considerados fiéis por Ele, receberam o conhecimento dos mistérios do Pai.

Por essa razão, Ele enviou a Palavra, para que fosse manifestada ao mundo. E Ele, sendo desprezado pelo povo [dos judeus], foi, quando anunciado pelos Apóstolos, crido entre os gentios.

Este é Aquele que existia desde o princípio, que apareceu como se fosse novo, mas foi achado antigo, e, no entanto, renasce sempre nos corações dos santos. Este é Aquele que, sendo eterno, hoje é chamado Filho; por meio d’Ele a Igreja é enriquecida, e a graça, difundida amplamente, cresce nos santos, concedendo entendimento, revelando mistérios, anunciando os tempos, alegrando-se com os fiéis, dando àqueles que buscam.

Por Ele, os limites da fé não são violados, nem os marcos estabelecidos pelos pais são ultrapassados. Então o temor da Lei é entoado, a graça dos profetas é conhecida, a fé dos Evangelhos é confirmada, a tradição dos Apóstolos é preservada, e a graça da Igreja exulta.

E, se não entristecerdes essa graça, conhecereis as coisas que a Palavra ensina, a quem Ele quiser e quando Lhe aprouver. Pois tudo o que somos movidos a dizer pela vontade da Palavra que nos ordena, comunicamos a vós com empenho e por amor às coisas que nos foram reveladas.

Capítulo 12 — A importância do conhecimento para a verdadeira vida espiritual

Quando tiverdes lido e atentamente escutado estas coisas, conhecereis o que Deus concede àqueles que O amam verdadeiramente, tornando-vos — como sois — um paraíso de delícias, apresentando em vós mesmos uma árvore que dá todo tipo de frutos, florescente e ornada de variadas produções.

Pois aqui foram plantadas a árvore do conhecimento e a árvore da vida. Mas não é a árvore do conhecimento que destrói — é a desobediência que causa destruição.

E não são sem importância as palavras que estão escritas: como Deus, desde o princípio, plantou a árvore da vida no meio do paraíso, revelando, por meio do conhecimento, o caminho para a vida. Mas, quando os primeiros formados não usaram corretamente desse conhecimento, foram, pela fraude da Serpente, despojados e deixados nus.

De fato, nem a vida pode existir sem conhecimento, nem o conhecimento é seguro sem a vida. Por isso ambas foram plantadas lado a lado.

O Apóstolo, percebendo a força dessa união, e repreendendo aquele conhecimento que, sem a verdadeira doutrina, é recebido para influenciar a vida, declarou: “O conhecimento incha, mas a caridade edifica” (1Cor 8,1).

Pois aquele que pensa saber algo sem o verdadeiro conhecimento, confirmado pela vida, nada sabe, mas é enganado pela Serpente, por não amar a vida.

Mas aquele que une o conhecimento ao temor e busca a vida, planta com esperança, aguardando fruto. Seja teu coração a tua sabedoria, e tua vida o verdadeiro conhecimento recebido no íntimo.

Portando essa árvore e mostrando seus frutos, recolherás sempre as coisas que agradam a Deus, às quais a Serpente não pode alcançar, nem o engano se aproxima. Então Eva não é corrompida, mas é confiada como virgem; e a salvação é manifestada; e os Apóstolos são cheios de entendimento; e a Páscoa do Senhor avança; e os coros se reúnem e são ordenados devidamente; e a Palavra se alegra em instruir os santos — por meio dos quais o Pai é glorificado.

A Ele seja a glória para sempre. Amém.

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Informações Adicionais

Conteúdo não revisado

Fonte

Tradução automática para o português, realizada com auxílio de ferramentas de tradução e inteligência artificial, baseada em Ante-Nicene Fathers, Vol. I: Fathers of the Second Century, editado por Alexander Roberts, D.D., e James Donaldson, LL.D., revisado e organizado por A. Cleveland Coxe, D.D. (New York: Christian Literature Publishing Co., 1885). Publicado por Kelvin Mariano para o projeto Medalius.

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