
Discípulo/Mathetes
Biografia
Mathetes, cujo nome grego significa “discípulo”, é a designação tradicionalmente usada para identificar o autor anônimo da Epístola a Diognetus – um dos mais antigos e preciosos testemunhos da literatura cristã primitiva. A carta foi provavelmente composta entre o final do século II e o início do século III (c. 170‑300 d.C.), período em que o cristianismo ainda suscitava estranheza tanto entre judeus quanto entre pagãos.
O autor se apresenta apenas como “discípulo dos apóstolos”, indicando sua proximidade com a tradição apostólica e com a fé transmitida pelas primeiras gerações da Igreja. Na carta, ele responde a um interlocutor chamado Diognetus — possivelmente um homem culto e influente do mundo greco‑romano, interessado em compreender a novidade do cristianismo.
O texto está dividido em doze capítulos; os dois últimos (XI‑XII) são geralmente considerados acréscimos posteriores, enquanto os primeiros dez constituem o núcleo original da obra.
Nos capítulos iniciais, o autor denuncia a vaidade dos ídolos pagãos, critica as práticas exteriores do judaísmo e, sobretudo, descreve a vida dos cristãos como cidadãos do mundo que, ao mesmo tempo, pertencem ao céu. Ele apresenta os discípulos de Cristo como “a alma do mundo”, vivendo em simplicidade, paciência e amor, mesmo em meio às perseguições.
A carta se distingue por seu estilo elegante, tom sereno e profunda espiritualidade. Mais que uma defesa intelectual, constitui um testemunho vivo da fé que já transformava a sociedade. O autor fala de Cristo como o Logos eterno, revelado para salvar a humanidade, e descreve a encarnação e a obra redentora como manifestação do amor de Deus. Por isso, muitos estudiosos a consideram não apenas um texto apologético, mas também uma verdadeira joia espiritual que transmite a beleza da fé cristã nascente.
Embora a autoria permaneça obscura, Mathetes é lembrado como uma das primeiras vozes da apologética cristã – alguém que, inspirado pela tradição apostólica, soube dialogar com os gentios e revelar, com clareza e encanto, a singularidade do Evangelho. Sua obra continua a ser um testemunho luminoso da identidade cristã nos primórdios da Igreja e a inspirar fiéis até hoje.
Obras de Discípulo/Mathetes
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