Papa São Leão I (o Grande)
Saint Festa: 10 de novembro

Papa São Leão I (o Grande)

Lugar e ano incertos - 10 de novembro de 461 d.C.
São Leão I, o Grande (440-461), foi Papa em tempos de crises. Defensor da fé, combateu heresias, afirmou o primado de Roma e escreveu o célebre Tomo a Flaviano. Enfrentou Átila e Genserico, protegendo Roma. Doutor da Igreja, é lembrado como pastor firme e teólogo claro.
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Biografia

Origem e Eleição

Leão I nasceu provavelmente na Toscana, filho de Quintianus, mas sua data e local exatos são incertos. Antes de se tornar papa, serviu como diácono em Roma, já sendo reconhecido por sua habilidade diplomática e zelo doutrinal. Foi enviado à Gália pelo imperador Valentiniano III para resolver disputas políticas, o que mostra a confiança que a corte depositava nele. Durante essa missão, em 440, recebeu a notícia de que fora eleito sucessor do Papa Sixto III. Foi consagrado em 29 de setembro e governou a Igreja por 21 anos.

Defesa da Fé e Combate às Heresias

Logo no início de seu pontificado, Leão precisou enfrentar graves ameaças à unidade da Igreja. Combateu o pelagianismo em Aquileia, exigindo que seus adeptos renunciassem publicamente ao erro. Em Roma, reprimiu o maniqueísmo, conduzindo investigações pessoais e promovendo a expulsão dos seus líderes. Também interveio contra o priscilianismo na Espanha, instruindo sínodos locais a purificar a fé e a disciplina.

Primado de Roma e Organização da Igreja

Leão consolidou a autoridade da Sé Apostólica. Na Gália, reorganizou o vicariato de Arles, corrigindo abusos do bispo Hilário, mas mantendo a comunhão com ele até sua morte. Em Ilíria, reafirmou os direitos de Roma sobre Tessalônica, lembrando que as questões mais graves deveriam ser remetidas ao papa. Assim, reforçou a primazia da Sé de Pedro como princípio de unidade e disciplina.

A Questão Cristológica e o Concílio de Calcedônia

O ponto alto de seu magistério foi sua intervenção na controvérsia cristológica. Eutiques defendia o monofisismo, negando a plena humanidade de Cristo. Leão respondeu com o célebre Tomo a Flaviano, que definiu com clareza a fé católica: em Cristo há uma só Pessoa, com duas naturezas, divina e humana, unidas sem confusão nem divisão. No Concílio de Calcedônia (451), seu escrito foi aclamado como voz de Pedro, tornando-se marco definitivo na teologia da Encarnação.

Autoridade Moral e Defesa de Roma

Leão também exerceu grande influência no plano temporal. Em 452, encontrou-se com Átila, rei dos hunos, e o convenceu a retirar-se da Itália. Em 455, durante o saque de Roma pelos vândalos de Genserico, intercedeu para que poupassem a vida da população e respeitassem os templos. Essas ações consolidaram sua autoridade moral diante de povos e governantes.

Escritos, Obras e Legado

São Leão deixou um rico patrimônio de sermões e cartas. Noventa e seis homilias chegaram até nós, tratando das festas litúrgicas, da caridade e da vida cristã. Mais de cento e quarenta cartas abordam doutrina e disciplina, servindo como guia para a Igreja. Também promoveu obras em Roma, restaurou basílicas e incentivou a vida litúrgica.

Morte e Canonização

Leão morreu em 10 de novembro de 461 e foi sepultado junto ao túmulo de São Pedro. Em 688, seus restos foram trasladados para dentro da Basílica Vaticana, onde permanecem sob um altar dedicado a ele. Em 1754, o Papa Bento XIV o declarou Doutor da Igreja. Sua festa litúrgica é celebrada em 11 de abril no Ocidente e em 18 de fevereiro no Oriente.

Obras de Papa São Leão I (o Grande)

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