Málquio (lat. Malchion)

Málquio foi um presbítero cristão do século III, natural de Antioquia, na Síria romana.

Carreira acadêmica

Era professor de retórica e de outras ciências, sendo chefe da escola de sofistas de Antioquia. Gozava de grande reputação como orador e filósofo, e utilizava sua erudição para instruir também jovens cristãos.

Participação na condenação de Paulo de Samosata

Málquio destacou-se como um dos principais defensores da ortodoxia contra o bispo herege Paulo de Samosata. Confrontou-o publicamente em debates, os quais foram registrados por estenógrafos. Graças a esse confronto e à decisão conciliar, Paulo foi deposto e excomungado.

Epístola contra Paulo

Em nome do sínodo de Antioquia (c. 268), Málquio foi responsável pela redação de uma carta dirigida a Dionísio (bispo de Alexandria), a Máximo (bispo de Roma) e a outros bispos e clérigos, denunciando as doutrinas heréticas de Paulo e pedindo apoio contra a “doutrina mortal”.

Nessa epístola o sínodo comunicava a excomunhão de Paulo e a eleição de Domno como novo bispo de Antioquia. O documento, de circulação ampla, também relatava acusações contra Paulo — como enriquecimento ilícito, luxo excessivo, teatralidade nas liturgias e práticas consideradas escandalosas — e refutava sua negação da preexistência do Filho de Deus, afirmando que Cristo não “veio de baixo”.

Legado

Embora não tenha deixado obras teológicas sistemáticas, Málquio é lembrado como um presbítero erudito que pôs seus talentos a serviço da Igreja. Sua atuação foi decisiva para proteger a fé em Antioquia, fortalecer a disciplina eclesiástica e salvaguardar a ortodoxia cristã contra heresias locais.