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Comodiano

Nascido em Viveu por volta de 250 d.C.
Commodianus, poeta cristão do séc. III (talvez mais tarde). Convertido pela leitura da Bíblia, escreveu as Instructiones e o Carmen apologeticum. Defende ética e esmola, usa sátira e pinta um fim do mundo vívido. Latim rústico, ecos bíblicos e clássicos. Influências: Lactâncio, Tertuliano, Virgílio.
0 obras

Biografia

Visão geral

  1. Poeta cristão. Data de nascimento incerta.
  2. Geralmente situado no meio do séc. III ou entre o fim da perseguição de Diocleciano e o édito de Maxêncio (305–311).
  3. Outros propõem que tenha vivido sob Juliano ou até meados do séc. V.
  4. Conhecido quase só por seus próprios escritos; fora deles, há menções em Gennadius, De Viris Illustribus (cap. XV) e na condenação de Pseudo-Gelásio (De Libris recipiendis et non recipiendis, Migne, P.L., LIX, 163).

Identidade e conversão

  1. Gennadius (tirando dados da própria obra) diz que imitou Tertuliano, Lactâncio e Pápias.
  2. Manuscritos sugeriram que veio de Gaza (Palestina) e teria sido bispo, mas:
  3. a 1ª passagem tem sentido incerto;
  4. a 2ª parece erro de copista.
  5. Afirma não ser “doctor” → provável leigo.
  6. Chama-se “mendicus Christi” (mendicante de Cristo), que pode significar quem implora a Cristo ou quem mendiga por Cristo.
  7. Após experiências religiosas variadas (paganismo, ciências ocultas, provável prática judaica), converteu-se pela leitura da Bíblia.

Obras

  1. “Instructions” (Instructiones)
  2. Coleção de 80 ensaios acrostísticos/abecedários, em dois livros.
  3. Plano e citações bíblicas revelam influência dos “Testimonia” de São Cipriano.
  4. Livro I: contra judeus e pagãos.
  5. Livro II: dirigido a catecúmenos, batizados, penitentes, matronas, clérigos, presbíteros e bispos.
  6. Tom por vezes satírico; forte ênfase ética e esmola.
  7. “Carmen apologeticum”
  8. Título é enganoso (Pitra, 1852).
  9. Estrutura (versos):
  10. Preâmbulo (1–88)
  11. Resumo sobre Deus e Cristo (89–578)
  12. Necessidade da fé para a salvação (379–790)
  13. Fim do mundo (791–1060)
  14. A pintura do fim tornou seu nome célebre.

Enredo escatológico (sobretudo no Carmen)

EtapaDescrição
1Sétima perseguição (simbólica; a última). Cristãos sofrem.
2Godos surpreendem e destroem Roma.
3Nero (Anticristo do Ocidente) reaparece, retoma Roma dos godos, alia-se a dois Césares e persegue os cristãos por 3 anos e meio.
4Surge outro Anticristo, o homem da Pérsia (do Oriente); vence Nero, incendeia Roma, instala-se na Judeia e faz prodígios.
5Deus avança além da Pérsia com um exército de bem-aventurados; o Anticristo é vencido; Cristo e os santos se estabelecem em Jerusalém.
Para o que segue, ver “Instructions” II, 1–4:
Ressurreição dos eleitos, que gozam 1000 anos de felicidade. Depois, conflagração do mundo; Cristo aparece; todos os mortos ressuscitam para o Juízo FinalParaíso ou Inferno.

Fontes e influências

  1. Bíblia: sobretudo Apocalipse, Profetas e IV Esdras.
  2. Oráculos Sibilinos; Tertuliano, Minúcio Félix, Cipriano, Lactâncio.
  3. Clássicos latinos (formas de expressão): Terêncio, Lucrécio, Horácio, Cícero e, sobretudo, Virgílio.

Avaliação doutrinária

  1. Teologia pouco segura: além do milenarismo, parece professar Monarquianismo e Patripassianismo (heresias trinitárias).

Estilo e métrica

  1. Linguagem rude e por vezes incorreta.
  2. Não é o iniciador da versificação por acento.
  3. Tenta escrever em hexâmetro datílico e consegue em 63 de mais de 2000 versos.
  4. Compensa em parte com paralelismo, rima, acróstico e divisão regular de versos.
  5. Apesar dos defeitos, o ímpeto da obra é real: fórmulas nítidas, quadros grandiosos do fim do mundo.

As duas obras principais (visão rápida)

ObraFormaConteúdo centralPúblico-alvo
Instructiones80 acrostos em 2 livrosI: contra judeus e pagãos; II: moral e disciplina cristãFiéis em estágios diversos (do catecúmeno ao bispo)
Carmen apologeticumPoema longoDoutrina de Deus e Cristo; fé e salvação; escatologia vívidaLeitor amplo, com ênfase apologética/escatológica

Edições

  1. Ludwig (Leipzig, 1877–78).
  2. Dombart (Vienna, 1877), em Corpus scriptorum eccles. latinorum, XV.
  3. O poema contra Marcio, às vezes atribuído a Commodianus, é obra de um imitador.

Bibliografia

SCHANZ, Geschichte der römischen Literatur in Handbuch der klassischen Altertumswissenschaft of VON MÜLLER (Munich, 1905), VIII, pt. III, 427–36; MONCEAUX, Histoire littéraire de l'Afrique chrétienne (Paris, 1905), III, 451–89; BREWER, Kommodian von Gaza, ein arelatensischer Laiendichter aus der Mitte des fünften Jahrhunderts (Paderborn, 1906) — a tese é muito incerta; ver Revue critique d'histoire et de littérature (Paris, 1907), II, 199.

Fonte

Tradução para o português realizada com auxílio de ferramentas de tradução e inteligência artificial, podendo incluir ajustes editoriais e adaptações de leitura. Baseado em The Catholic Encyclopedia, Volume 4, artigo Commodianus, escrito por Paul Lejay, (New York: The Encyclopedia Press, Inc., 1913). Publicado por Kelvin Mariano para o projeto Medalius.

Links Relacionados

https://en.wikisource.org/wiki/Catholic_Encyclopedia_(1913)/Commodianus

https://archive.org/details/V04CatholicEncyclopediaKOfC/

Obras de Comodiano

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