Gregório de Nissa
Saint Festa: 9 de Março/10 de Janeiro

Gregório de Nissa

ca. 330‑335 - 385 ou 386 d.C.
São Gregório de Nissa (ca. 330–395), Padre Capadócio, irmão de Basílio e Macrina. Bispo, teólogo e místico, destacou-se pela defesa da ortodoxia nicena e pela Grande Catequese. É venerado como santo e doutor da Igreja.
0 obras

Biografia

São Gregório de Nissa

Origem e família

A data de nascimento de Gregório de Nissa é incerta, situada por estudiosos entre cerca de 330 e 335; faleceu por volta de 395. Pertence ao grupo conhecido como os Padres Capadócios, junto com seu irmão Basílio de Cesareia e seu amigo Gregório de Nazianzo. Nasceu na Capadócia, em uma família profundamente cristã. Sua mãe, Emélia, era filha de mártir. Seus irmãos Basílio e Pedro de Sebaste tornaram-se bispos; sua irmã Macrina destacou-se pela santidade e é venerada como santa. Outro irmão, Naucrácio, buscou a vida ascética, mas morreu jovem.

Gregório reconhecia em Basílio uma figura de mestre e guia espiritual. Desde cedo foi exposto à formação religiosa e, por influência da família, aproximou-se da vida eclesiástica. Apesar disso, durante a juventude estudou retórica e chegou a considerar uma carreira secular. Alguns indícios sugerem que tenha se casado com Teosebia, lembrada em carta de Gregório de Nazianzo, embora não haja consenso pleno sobre essa união. Mesmo após sua ordenação, manteve vida moderada e próxima da ascese.

Episcopado e dificuldades

Por volta de 371, Basílio promoveu sua consagração como bispo de Nissa, uma pequena cidade às margens do rio Hális. Gregório relutava em aceitar o cargo, provavelmente por sentir-se despreparado para responsabilidades de governo. Sua eleição gerou oposição, e logo enfrentou acusações de má administração e de irregularidades em sua nomeação. Em 376, um sínodo o depôs, e ele passou a viver exilado até 378, quando, com a morte do imperador Valente e a política de tolerância do imperador Graciano, pôde retornar à sua diocese.

A partir de 379, logo após a morte de Basílio, iniciou uma fase de intensa atividade eclesiástica. Em 381 participou do Concílio de Constantinopla, convocado pelo imperador Teodósio para reafirmar a fé de Niceia e combater o arianismo. Também foi enviado à Palestina para lidar com controvérsias locais. Nos anos seguintes pregou sermões em Constantinopla e celebrou os funerais da princesa Pulquéria, filha do imperador, e da imperatriz Flacila. Fontes continuam a mencioná-lo até cerca de 395, data provável de sua morte.

Obras e pensamento

Gregório foi um escritor prolífico, inspirado em Orígenes, mas marcado por forte tendência ao alegorismo. Entre seus escritos bíblicos destacam-se:

  1. Sobre a Criação do Homem, em continuidade ao Hexameron de Basílio;
  2. Homilias sobre o Cântico dos Cânticos, os Salmos, o Eclesiastes e as Bem-aventuranças;
  3. Tratados como De Virginitate, que exalta a vida consagrada, e De Anima et Resurrectione, diálogo com sua irmã Macrina sobre morte e vida eterna.

Na teologia, defendeu a divindade do Filho e do Espírito Santo contra arianos, eunomianos e macedonianos. Sua obra mais importante é a Grande Catequese (Oratio Catechetica), exposição sistemática da fé católica frente a judeus, pagãos e hereges. Escreveu também contra Apolinário e Eunômio, reforçando a ortodoxia nicena.

Legado

São Gregório de Nissa é lembrado como pensador místico e profundo, mais especulativo do que prático. Embora não tivesse o talento administrativo do irmão Basílio, sua contribuição teológica marcou a tradição patrística. A Igreja o venera como santo e doutor, reconhecendo nele uma das vozes mais influentes da Capadócia.

Obras de Gregório de Nissa

Nenhuma obra encontrada

Esta personalidade ainda não possui obras publicadas.

Produtos e Soluções

Conheça outras ferramentas e serviços.