Infância, formação e conversão

1. Nascimento e origem – Agostinho nasceu em Tagaste, na província romana da Numídia (atual Argélia), em torno do ano 354 d.C. Ele recebeu uma educação clássica que lhe proporcionou domínio do latim, do grego e da retórica.
2. Busca espiritual – Jovem, tentou seguir a vida mundana, mas sentiu‑se inquieto e, influenciado pelos maniqueus, passou a estudar suas doutrinas. A sua profunda reflexão o conduziu à conversão ao cristianismo, que ocorreu em 386, pouco antes de ser batizado por Santo Ambrósio de Milão.

Vida episcopal e liderança pastoral

1. Ordenação episcopal – Em 395 foi eleito bispo de Hipona, assumindo a pastoria de uma das mais importantes dioceses da África do Norte.
2. Envolvimento nos concílios – Logo após sua ordenação, participou como secretário de um concílio da totalidade do episcopado norte‑africano, onde proferiu um discurso que reafirmava a fé cristã e a unidade da Igreja.
3. Exílio e resistência – Durante a controvérsia pelagiana, foi exilado três vezes (em 408, 418 e 429), mas sempre retornou ao seu rebanho, demonstrando firmeza e caridade pastoral.

Luta contra as heresias

1. Maniqueus – No início de sua vida, Agostinho foi atraído pelo maniqueísmo, mas, após profunda reflexão, denunciou-o como “uma falsa religião que mistura luz e trevas”.
2. Pelagianos – Em “Contra as duas cartas dos pelagianos” refutou a ideia de que o ser humano pode alcançar a salvação sem a graça divina, afirmando que o pecado original corrompe a vontade humana e que somente a graça de Deus pode libertá‑la.

Últimos anos e legado

1. Morte – Enquanto ainda era bispo, Agostinho registrou em 426 que “todos somos mortais e o dia final da vida é incerto” (reflexão feita perante o clero e o povo de Hipona). Morreu em 15 de agosto de 430, durante o cerco vândalo a Hipona, entregando sua vida em plena fé.
2. Canonização e Doctor da Igreja – Foi declarado Santo e Doutor da Igreja (Doctor Angelicus) por seu imenso contributo à teologia e à espiritualidade cristã. Seu dia de festa é 28 de agosto no calendário romano‑católico.
3. Influência – As obras de Agostinho moldaram a doutrina da graça, do pecado original, da justificação e da interpretação das Escrituras. São ainda hoje fontes primárias para a teologia católica, citadas por Santo Tomás de Aquino, o Concílio de Trento e o Magistério contemporâneo.