Identidade e contexto histórico

1. Nascido provavelmente como pagão, converteu‑se ao cristianismo e, depois de ser ordenado bispo, passou a defender a fé contra as críticas pagãs e filosóficas.
2. Eusebio o menciona em sua Crônica, colocando‑o ao lado do Papa Soter (169‑177) e indicando que seu episcopado ocorreu durante o reinado de Marco Áurelio.
3. O seu ministério coincidiu com o período de intensas perseguições e de produção de literatura apologética que buscava responder às alegações dos filósofos e dos cultos pagãos.

Obras principais – Ad Autolicum (Para Autóloco)

Theófilo escreveu três livros de apologia dirigidos a um certo Autóloco, um crítico pagão que o desafiava a “mostrar‑lhe o seu Deus”. Estas obras constituem o único texto completo que nos chegou e são citadas por Eusebio como “três obras elementares”.

Esses três livros foram escritos em grego, provavelmente entre 180‑190 d.C., e representam uma das primeiras formulações cristãs sobre a Trindade (Deus Pai, Filho e Espírito Santo).

Importância na tradição católica

1. Apologética precoce – Theófilo foi um dos primeiros a sistematizar argumentos racionais contra o paganismo, influenciando apologistas posteriores como Tertuliano.
2. Uso do termo “Trindade” – Ele emprega a palavra trias (três) para descrever a natureza divina, antecipando a doutrina trinitária que seria desenvolvida nos concílios ecumênicos.
3. Patrimônio patrístico – Embora sua obra não tenha alcançado a mesma fama de outros Padres (Jerônimo, Orígenes), é citada por Eusébio, Jerônimo e Gennádio como fonte de argumentos teológicos e históricos.

Legado

A obra Ad Autolicum permanece como testemunho da fé cristã nos primeiros séculos, mostrando como os primeiros bispos defendiam a verdade revelada contra a cultura pagã. Theófilo é lembrado, sobretudo, como bispo de Antioquia e autor da primeira grande defesa escrita da fé cristã.