Archelaus foi bispo de Carcassus, na Mesopotâmia, por volta do ano 278 d.C.. É conhecido principalmente por sua participação numa disputa privada com Mani, fundador do maniqueísmo – uma seita herética que misturava elementos do cristianismo, do zoroastrismo e do gnosticismo .

Diante da difusão das ideias maniqueístas, que apresentavam uma visão dualista do mundo (bem e mal como princípios eternos em conflito), Archelaus foi convocado pelo governador da província para confrontar Mani. A controvérsia ficou registrada na obra “Atos da Disputa com Mani” (Acta Manichaeorum), escrita originalmente em siríaco e depois traduzida para o grego e o latim . Nela, Archelaus refuta os principais erros do maniqueísmo, afirmando a soberania de Deus, a bondade da criação e a centralidade de Cristo na salvação.

Embora não seja a primeira refutação sistemática contra o gnosticismo – obras de Ireneu e Tertuliano já o fizeram – os atos constituem uma das primeiras respostas cristãs ao dualismo maniqueísta e são fonte valiosa para o estudo da patrística e da história das controvérsias dualistas . Pouco se conhece sobre a vida de Archelaus além desse evento, mas ele é lembrado como um firme defensor da fé apostólica.