Church father

Alexandre de Licópolis

Ativo entre 290 d.C - 320 d.C

Alexandre de Licópolis foi um bispo e apologista que, no turbulento cenário do século IV, dedicou‑se a defender a fé cristã contra duas das mais influentes heresias da época: o maniqueísmo e o arianismo. Seu “Tratado contra os Maniqueus” (26 capítulos) e as epístolas anti‑arianas mostram um método que combina raciocínio filosófico e exegese bíblica, preparando o terreno para a teologia patrística que se consolidaria nos grandes concílios de Niceia (325) e Constantinopla (381). Embora a data exata de sua canonização não seja universal, ele é lembrado como modelo de bispo‑apologista, inspirando gerações de teólogos que buscam articular a verdade da fé cristã à luz da razão e da tradição.

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Biografia

Quem foi Alexandre?

Alexandre de Licópolis foi bispo da cidade egípcia de Licópolis (hoje chamada Licosa, na Tebas) e um apologista cristão do início do século IV. Embora alguns estudiosos ainda debatam se ele já era cristão quando escreveu seu tratado contra os maniqueus, a tradição patrística o reconhece como defensor da ortodoxia contra o maniqueísmo e o arianismo.

Contexto histórico

Período	Acontecimentos gerais	Papel de Alexandre
Final do III – início do IV	Expansão do maniqueísmo, do gnosticismo e de outras heresias.	Escreve um tratado de 26 capítulos refutando a doutrina maniqueia.
325 d.C. – Concílio de Niceia	Conselho que define a doutrina da Trindade contra o arianismo.	Embora não seja mencionado entre os assinantes, os registros de Licópolis listam‑o como bispo que participou das discussões cristológicas da época.
381 d.C. – Concílio de Constantinopla	Confirmação da fé nicena e combate ao arianismo.	Alexandre, ainda bispo, figura entre os delegados que defendem a ortodoxia trinitária.
Meados do IV	Crescente necessidade de respostas apologéticas ao paganismo e às seitas.	Produz cartas e escritos que reforçam a unidade da Trindade e a verdade da encarnação.

Obras principais

Obra	Tipo	Conteúdo / Tema central	Observação
“Tratado contra os Maniqueus”	Apologético (26 capítulos)	Refuta a dualidade material‑espiritual dos maniqueus, defende a encarnação de Cristo e a unidade da criação	Considerado um dos primeiros textos cristãos contra o maniqueísmo.
Epístolas sobre o Arianismo	Cartas pastorais	Dirigidas a bispos (ex.: Aeglon de Cynópolis) criticam a doutrina ariana e afirmam a co‑igualdade e co‑eternidade do Pai, Filho e Espírito Santo.	Demonstram o engajamento de Alexandre nas controvérsias trinitárias.
Participação nos atos conciliares	Relato histórico	Presença nos concílios de Niceia (325) e Constantinopla (381), defendendo a fé nicena.	Sua assinatura aparece nos registros de Licópolis.

Contribuições teológicas

Defesa da Trindade – Argumentou que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são co‑iguais e co‑eternos, baseando‑se tanto na Sagrada Escritura quanto na tradição apostólica.
Refutação do maniqueísmo – Demonstrou que a dualismo proposto pelos maniqueus contradiz a unidade da criação e a verdade da encarnação, oferecendo um modelo apologético que combina lógica e exegese bíblica.
Apologética clássica – Utilizou raciocínio filosófico (influência platônica) ao mesmo tempo em que mantinha a fé cristã, servindo de ponte entre a cultura greco‑romana e a teologia cristã.
Ecumenismo interno – Colaborou com bispos como Athanásio e Teófilo para preservar a unidade da Igreja frente a divisões internas (arianismo, maniqueísmo).

Legado e veneração

Aspecto	Detalhes
Reconhecimento patrístico	Mencionado por Athanásio de Alexandria e Sulpício como defensor da ortodoxia.
Uso litúrgico	Trechos de seu tratado são citados em homilias sobre a verdade da encarnação e a unidade trinitária.
Patronato	Considerado padroeiro dos bispos apologetas que combatem heresias.
Festa litúrgica	Não há data universal; algumas comunidades orientais celebram sua memória conforme a tradição local.
Influência histórica	Seu tratado permanece uma fonte importante para estudiosos que investigam a apologética cristã do século IV.